sexta-feira, outubro 29, 2010

Treino de hoje:




Três voltas à vontade, cada vez mais adaptado à nova embarcação, o barco Bilis.

quarta-feira, outubro 27, 2010

Treino de hoje:

Três voltas, já fugindo dos outros barcos, entrando na nóinha. E, sem qualquer cerimônia, tatuei um "bilis" no corpo do bicho.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Treino de hoje:

Três voltinhas em condições ótimas. Delícia.

quinta-feira, outubro 21, 2010

Treino de hoje:

Três voltas com um pouco mais de pressão. Não tá tão longe assim.

quarta-feira, outubro 20, 2010

Treino de hoje:

Depois de perder a hora no sábado (às sete porque tinha regata), chuva na segunda, problema nas vistas na terça, finalmente dei as três voltas básicas com o maravilhoso barquinho novo. Hora de voltar a correr atrás da forma.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Treino de hoje:



Não foi bem um treino. Sem remar desde o dia 14 de setembro, hoje dei duas voltas na raia pra estrear o meu novo barco, recém-chegado da China. Uma delícia. Cheguei no clube, ele já estava montado e regulado. Foi só arrancar o plástico das sapatilhas, por na água e sair remando.

A imagem está aí via Milton Ribeiro, é uma charge portuguesa premiada, de Nuno Saraiva, "A literatura portuguesa é ruim de cama?". Pus aqui porque lembrei do filme do Peter Greenaway, "O livro de cabeceira", e mais recentemente o "Budapeste", do Walter Carvalho sobre o livro do Chico Buarque, onde se pratica a literatura erótica direta, sobre o corpo da musa. O que você escreveria?

quinta-feira, outubro 07, 2010

A Descronização de Sam Magruber


Outro dia bati o olho em um livrinho na estante de casa que chamou minha atenção: “A Descronização de Sam Magruber”, que ser revelou surpreendente. Não me lembro porque foi parar lá. Provavelmente um presente ao qual não dei atenção, só agora sincronizado. Não sou fã de ficção científica, pra mim um gênero um pouco infantil. O autor é George Gaylord Simpson, um dos maiores palentólogos do século XX. Tem um prefácio de Arthur C. Clarke, o famoso cientista, inventor e escritor de ficção científica, autor de “2001, Uma Odisséia no Espaço”, e posfácio de Stephen Jay Gould, paleontólogo e evolucionista de Harvard, o mais lido autor de divulgação científica do planeta. Junto com estes comentários a obra toma as proporções de uma ficção bibiliográfica borgeana (de novo) e o fascínio que proporciona muito se amplifica.

No prefácio Clarke explica como tomou conhecimento da obra inédita, encaminhada após a morte do autor por uma neta sua, e conta que ia responder sua negativa padrão a manuscritos não solicitados, quando reconheceu o autor, uma dos cientistas que mais marcou a sua vida e obra. E a sua surpresa com o conteúdo. Comenta a elegante solução do autor para a viagem no tempo, um passatempo de cientistas e autores deste verdadeiro gênero de ficção científica, cheio de regras próprias para lidar com seus paradoxos, trabalhados nas lacunas da ciência, tanto em torno da possibilidade como nas conseqüências da produção de futuros conflitantes. E também a condição de solidão única alcançada pelo personagem, pior do que a do náufrago na ilha deserta ou do anacoreta tibetano que se empareda vivo.

Gould interpreta a obra como um testamento científico e pessoal do autor, dizendo ser comum cientistas com verve ficcional exporem suas teorias e convicções não provadas sob a forma do romance, citando exemplos. E que a obra também manifestaria um sentimento de isolamento do autor na comunidade científica, e suas angústias existenciais humanas, relacionando a obra a um perfil detalhado de Simpson.

O protagonista, um cientista da futura ciência da cronologia do século XXII, durante um experimento pelo qual expande um milésimo de segundo por cinco horas (apoiado no filósofo grego Zenão, para quem o tempo era particulado além da nossa percepção, dando a ilusão de continuidade) e é arremessado a 65 milhões de anos, no fim do Cretáceo, a época do declínio dos dinossauros e expansão dos mamíferos. Sabe que não tem como voltar, e constata quão diminuto fica o seu interesse na revelação dos segredos da ciência aos quais tem acesso (e assim refuta teorias com as quais não concorda), por não ter a quem contar. Depois décadas vivendo sozinho, acaba por registrar em pedra lavrada suas aventuras, que serão achadas décadas depois do seu desaparecimento, e narradas pelo Historiador Universal em um grupo arquetípico, formado pelo Homem Comum, o Pragmático, o Paeontólogo, o Geólogo, e talvez o Filósofo. Em um momento, para ter peles para vestir, passa a criar os pequenos mamíferos de então, pequenos como ratos mas não roedores, e resiste à tentação de ser deus e acelerar a evolução pela seleção artificial: Não era necessário, pois a centelha já estava lá.

Faltou alguém dizer a ele que “não estamos tão sozinhos quanto pensamos#321”.