terça-feira, março 31, 2009

Louco pra ganhar


Última das 120 a 130 remadas de uma prova.

A próxima corrida está a algumas poucas semanas, e vou correr sozinho, aqui mesmo. Imagino que eu esteja melhor do que na minha última em single, em novembro, em PoA, mas nunca dá pra saber o quanto se está andando em relação aos outros. Circulamos pela raia, e temos alguma idéia, pelo ponto que cruzamos um com o outro, mas nunca se sabe quem fez a volta um pouco antes, ou parou pra beber água. Acho que eu tenho uma chance real, mas pode ser só ilusão. Terei problemas com o handicap, pois estou no fim da minha classe, e há quem esteja entrando agora, com seis ou sete anos a menos. Também não sei como andam os que treinam em outros horários. Estou treinando o máximo que o meu corpo agüenta, eu acho. Espero que as socializações alcoólicas ocasionais não atrapalhem muito.

terça-feira, março 24, 2009

Gran Torino


A Pedalada Pelada ou Peladada 2009, com a qual tive contato através do conhecido programa educativo “Pânico na TV”, despertou em mim uma inesperada consciência ecológica. Não que eu não me preocupasse com o aquecimento do planeta e a degradação do ambiente, mas ainda não tinha realizado a possibilidade de tomar medidas individuais concretas, fora talvez ficar um pouco mais atento ao consumo de água, energia e papel, e reciclar lixo.

Já faz cinco dias que estou indo de bicicleta para a raia da USP, economizando mais ou menos um litro e meio de combustível por dia. E, refletindo sobre o tema, comecei a achar cada vez mais absurda a utilização de automóveis de grandes motores de seis ou oito cilindros, como o Gran Torino 1972 do simpático filme do Clint Eastwood. Se um carro 1.0 já é um grande produtor de gases estufadores, o que dirá de um 2.0, 3.0, 4.0, 5.0 ou mais? Não deveria ser este o próximo alvo dos ativistas ou passivistas (como diz o Pânico)? Se o automóvel é nocivo, mas tolher o seu uso pela população é muito difícil, porque não negociar um primeiro passo?

Todo mundo sabe que grandes motores são associados à virilidade. A sensação de força e eficiência da máquina são sedutoras, para os homens e marias-gasolina. Eu aprendi a dirigir num V-8, e o torque, a potência, e a pouca vibração que este tipo de motor produz (por causa dos vários cilindros contrapostos) são absolutamente cativantes, pra quem gosta de carro. Mas eu não pestanejaria em legislar, tivesse eu este poder, que MOTORZÃO É CRIME.

sábado, março 21, 2009

Primeirão


A foto é da regata do sábado passado, campeonato estadual. O barco que chegou na frente é aquele do qual só se vê o bico. Depois dele chegou o dos uniformes vermelho e branco, e por fim o nosso, em primeiro plano. Os tempos foram respectivamente 3'14", 3'16" e 3'23". Só que o barco vermelho e branco tem guarnição classe master "A", ou seja, garotões que ainda correm as provas senior de 2000 metros. Aquele que chegou na frente, também, três competidores de elite mais um master master, pra subir a média, que foi pra "B". O nosso tem dois "C" (entre os quais me incluo) e dois "D", e a média deu "D". A federação se atrapalhou nas contas do handicap e aumentou 9 segundos o tempo do "A", e 6 segundos o tempo do "B", o que nos dava o segundo lugar. Corrigido o erro, uma semana depois virei o primeiro. Estava demorando. Pelo regulamento, mas vencedor.

sexta-feira, março 20, 2009

BiCi


Moro a exatos três quilômetros do portão da raia da USP, segundo o Google Earth, se considerado o atalho pela alça da ponte da Cidade Universitária, franqueado a pedestres e ciclistas. É um trajeto seguro e agradável, por ruas tranqüilas até a alça da ponte, e de feio e barulhento só tem a ponte mesmo. Dá uns vinte minutos trotando, uns dez minutos de bicicleta, e cinco minutos de carro. Mas de carro, na hora de voltar, já se pega um pouco de trânsito, o que pode dar uns 15 ou mesmo 20 minutos nos piores dias. Fui muitas vezes correndo, mas achei que isso consumia muito da energia necessária para o treino em si, e acabei comprando uma bicicleta de cento e poucos reais, pela internet. Acho que de carro eu gasto um litro e meio de gasolina pra ir e voltar, considerando o trajeto um pouco maior e o trânsito que se pega na volta, o que dá uns R$3,60 por dia, o que dá uns 86 reais a cada quatro semanas. Ou seja, em dois meses paguei a bicicleta. Em um ano dá mais de mil e cem reais, o que dá pra voar uns quatro mil quilômetros. Fora que dá certinho pra fazer um aquecimento e esfriamento adequados. O problema é que quando está frio, ou se está atrasado, ou se está com preguiça, usa-se o carro. E depois de uns seis meses de bicicleta, abandonei completamente o veículo, que jaz com pneus murchos encostado em uma parede. Hoje fui com uma bici emprestada, e apreciei pedalar tranqüilamente pelas ruas vazias, na hora fria que antecede a aurora. E agora, como querem os arautos pelados das pedaladas, é uma questão de sobrevivência.

quinta-feira, março 19, 2009

Cool




Como contei no antepenúltimo post estive em Buenos Aires no carnaval, e aproveitei a oportunidade para comprar alguns bons vinhos pela metade do que se paga aqui. Logo depois fomos atropelados por aquela incrível canícula saariana, e comecei a temer pela integridade do precioso líquido, ao que dizem sensível a variações de temperatura e calores excessivos. Esta circunstância me impeliu a ir atrás de um antigo sonho de consumo – pra usar a expressão desgastada, porque não sonhava tanto assim – uma “adega climatizada”, ou seja, uma geladeirinha pra vinhos, ou um frigobar especializado. Um perfeito símbolo de status pequeno burguês.

Entre tantas ofertas nas lojas online fiquei meio perdido na escolha das dimensões e modelos, de preços tão díspares. É claro que as caríssimas devem ser ótimas, mas não achei o caso de gastar muito. Assuntei com alguns proprietários e concluí que, para as minhas pretensões comedidas, uma de 30 garrafas seria suficiente. E fui tentar descobrir as características técnicas desejáveis.

Não basta ser uma geladeira com suporte de garrafas. Tem que ter um termostato para manutenção de temperatura constante independente das variações externas, e poucas vibrações, que ao que consta também prejudicam o armazenamento a longo prazo, a chamada guarda, que os vinhos de maior qualidade suportam e agradecem. E, dependendo de onde se vai colocar – de preferência perto de onde se bebe, e porque não, onde as visitas possam vislumbrar o símbolo do seu gosto refinado – baixo nível de ruído.

A breve pesquisa me levou às adeguinhas com o chamado sistema termoelétrico de refrigeração, baseado no efeito Peltier, que não utiliza o compressor, eliminando de uma só tacada a vibração e o ruído. Agora está lá, debaixo da escada, visível ao observador atento, ronronando imperceptivelmente, e mantendo o meu pequeno tesouro a declarados 16ºC. Tão legal que dá pena de beber.

segunda-feira, março 09, 2009

Uma questão de saúde pública

Prezados senhores,

Há onze anos moro muito próximo ao Parque ****, espaço que sempre utilizei para a prática de corrida. Nos últimos anos tenho ido com menos freqüência, pois pratico outro esporte em outro lugar. Mas já participei de dois grupos de corrida organizados que treinavam lá, sob orientação técnica. E aprendi, não só dessas fontes como de muitas outras, que o piso de concreto não é adequado para a prática da corrida, pois a sua elasticidade é praticamente zero, ao contrário do asfalto, que tem um bom coeficiente de amortecimento para o forte impacto que a corrida produz nas articulações inferiores do corredor, especialmente joelho e calcanhar. Ou seja, qualquer profissional do ramo dos esportes, seja atleta, preparador físico, treinador, técnico ou professor, ou ligado à medicina esportiva, como ortopedistas, fisioterapeutas, e quiropratas, sabe que correr no concreto aumenta muito o risco de lesão no corredor. Mas o fato é que muitos corredores de fim-de-semana, como os que freqüentam o parque, não sabem disso, e são obrigados pela administração do parque, através da sinalização, a correrem no concreto ao invés de o fazerem no asfalto, sob pena de serem admoestados pelos seguranças. É claro que este grave erro administrativo, de destinar as pistas de concreto aos pedestres, e as pistas de asfalto aos ciclistas, irá produzir uma enorme quantidade de lesões nas articulações dos frequentadores do parque, transformando em mal o que só deveria fazer bem. Muitas soluções são possíveis, como possibilitar a coexistência de corredores e ciclistas - que têm na verdade um ritmo muito parecido, já que a velocidade das bicicletas está limitada a 10km/h; ou delimitar uma faixa no asfalto para a ciclovia, como no Parque do Ibirapuera; ou transferir a ciclovia para o concreto. O que é inaceitável, inadmissível porque perigoso para a saúde e assim contrário ao bom senso é obrigar os corredores a utilizarem o concreto. No aguardo de solução urgente,

P.
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Boa tarde,
Agradeço seu contato, trabalhamos muito para que o Parque se torne um local agradável para lazer e a prática de esporte para todos os usuários, estamos trocando o piso de concreto por um piso inter-travado que é mais macio e absorve a água das chuvas não permitindo a impermeabilização do solo, já concluímos nesta semana uma primeira etapa, trocando mais de dois mil metros quadrados do concreto pelo intertravado, esperando em breve trocar o restante, e infelizmente a coexistência de ciclistas e pedestre na mesma via é inviável, os seguranças nos finais de semana trabalham muito no sentido de orientar os usuários e prevenir acidentes, durante a semana de segunda a sexta liberamos a ciclovia para pedestre, porque o movimento do Parque nos permite essa prática mas mesmo assim eles acontecem. De qualquer maneira *****, estou aqui na Administração do Parque sempre a sua disposição para podermos achar uma solução, volto a te dizer que estamos trabalhando pelo bem estar e não queremos de maneira alguma prejudicar quem quer que seja. Obrigado,
J************
Diretor do Parque ***********
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Agradeço a pronta resposta e admito o meu desconhecimento da situação atual do parque, no sentido de ser a vedada a utilização das vias de asfalto aos pedestres apenas nos fins de semana (por isso expliquei não ser mais um frequentador assíduo do parque). Sem dúvida a substituição do concreto (piso rígido) pelo piso inter-travado (piso semi-rígido) diminui o problema, mas ainda assim é um piso menos adequado à corrida do que oasfalto (piso flexível).Não sou especialista em nenhum dos assuntos, mas na minha experiência de senso comum posso afirmar que o parque pode ser adequado para a prática de corrida pedestre intensa e de alto nível, sem prejudicar os demais frequentadores, enquanto a prática do ciclismo, prudentemente limitada aos 10 km/h, permite apenas o passeio recreativo, uma vez que o ciclismo de alto nível necessita espaços muito maiores e velocidades muito mais elevadas. Assim sugiro sejam consultados especialistas para que seja traçado um trajeto tão longo quanto possível, em piso adequado, para a prática de corrida, com quilometragem demarcada, facilitando a prática deste esporte cada vez mais popular e intensamente praticado, para o qual o parque é evidentemente vocacionado (prioridade 1). A ciclovia, destinada aos passeios recreativos, pode ser demarcada nos trajetos restantes (prioridade 2), uma vez que para as bicicletas tanto faz ser o piso de concreto, intertravado, ou asfalto.Agradecendo mais uma vez a atenção dispensada, e insistindo na ausência de propósitos egoísticos na sugestão, por não ser mais um corredor assíduo do parque, subscrevo-me,
Atenciosamente,
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Boa tarde ******, gostei de vc, precisamos nos conhecer, como te disse estou a sua disposição na adm do Parque, um abraço, ******
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******, acho ótimo. Qual o melhor horário?
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Estou sempre aqui no Parque *****, raramente saio. e qdo. saio é para alguma reunião fora do parque, veja qdo. é bom para vc, e me liga marcando, um abraço, ******
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VOU?

quinta-feira, março 05, 2009

PL 4547/2008

Prezado Deputado,
Cachaça de Alambique, Cachaça de Coluna ou Aguardente de Cana-de-Açúcar: seria mais coerente a utilização de só duas denominações, “cachaça de alambique”, que especifica uma qualidade no modo de fabricação, e “cachaça”, a denominação genérica. “Cachaça de Coluna” é ridículo e inútil, e “Aguardente de Cana-de-Açúcar” não diz nada, contraria a denominação que se quer reforçar. É a simples definição de “Cachaça”.

Estandardização: embora seja um anglicismo há muito reconhecido, é danado de feio. Porque não “padronização” mesmo, ou a derivação de “estandarte”, de mesma origem que “standard”, “estandartização”, também aceita?

Vasilhame: o litro deve ser obrigatório, como de praxe nos destilados, para não confundir o consumidor quanto a quantidade.

Rótulo e regulação: deve constar do rótulo se o produto é “engarrafado na origem” ou alhures, uma garantia ao consumidor de não adulteração posterior; e informações sobre envelhecimento em madeira (qual madeira), e adição de açúcar, melado ou rapadura para adoçamento ou colorização, características que devem ser regulamentadas para não desvirtuar a cachaça.

Cachaça x rum: “Art. 5º Para efeito desta Lei, entende-se por Cachaça de Alambique e por Cachaça de Coluna ou Aguardente de Cana-de-Açúcar todos os fermento-destilados produzidos no Brasil, elaborados a partir do caldo da cana-de-açúcar, do melado e da rapadura”. S.m.j., a cachaça é feita só do caldo de cana-de-açúcar. Melado e rapadura podem ser adicionados depois para adoçar e colorir a bebida – eu particularmente sou contra, e pode induzir o consumidor a erro quanto ao envelhecimento em madeira, que também altera a cor da bebida. A adição do melado na fermentação, ou melhor, a própria fermentação do melado, não é característica do rum?.

Deve ser estimulada a produção de cachaça sem quaisquer aditivos, mesmo melado e rapadura, e já que se procura qualidade, porque não limitar a cabeça e a cauda a 15% cada?

Eu gosto de branca, não envelhecida e não adoçada.