segunda-feira, outubro 31, 2005

Minhas putas tristes

Acabei de ler essa maravilha do Gabo, verdadeiro pitéu. Um homem de 90 anos não é só um velho, mas também um homem, que se surpreende e se decepciona cada vez que contempla sua imagem no espelho. Por dentro não sente sua decrepitude. Descobre grandes novidades e revê os seus valores. O amor, custe o que custar, o bolero, pra mim em sentido amplo, as canções de amor, e cantar. E que movido a esse novo e precioso combustível apronta mil e umas. Dá a impressão que vale a pena chegar lá, e aproveitar até a última gota.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Todo mundo tem o seu baú

ta tudo preto feito um cu (Céline)
um urubu pousou na minha sorte (dos Anjos)

sim sou só um viajante andando sobre a terra disse o jovem werther sofredor
na aflição de não poder tocar sua carlota, apesar de estar ali tão perto

sou ao mesmo tempo o viajante o camelo e o deserto
disse o solitário flauberto, depois de velho, cada vez mais louco e mais esperto

não vou lá não vou lá não vou lá vou ficar aqui

ta tudo preto feito um cu
um urubu pousou na minha sorte

quando você ficar velhinha
apareço pra tomar um chá na sua cozinha
mas até lá é melhor eu ficar longe
até lá vou ter que dar uma de monge
padre pecador traidor da batina
trair meu amor rejeitado com qualquer menina
sou moço ainda minha carne é fraca
não adianta querer chutar o pau da barraca
já que o ex-pinguço não pode ver garrafa
o ex-pinguço enche a cara de garapa

quinta-feira, outubro 27, 2005

Tears of a clown



Ontem na última hora um amigo me liga oferecendo um ingresso para o Elvis Costello. "Uau, ganhei na loteria". O lugar era no fundão, mas tinha lido no jornal que no Rio ele chamou o público para a frente do palco, então já ficamos preparados. Até a área isolada para os fotógrafos ele fez liberar. Fomos parar no gargarejo. Um quarteto clássico de rock, bateria, baixo (o baixista fazia excelentes backing vocals) , teclados (só os timbres tradicionais) e o Elvis na guitarra. Não pensava que ele tocasse tão bem. A mesma musicalidade exuberante e expressiva de como ele canta. Duas horas de canções de todas as épocas do seu monstruoso repertório de próprias e covers, e muitas do Delivery Man. "Tears of a clown" de Smokey Robinson entrou num medley Motown. E no longo bis, com uma guitarra vermelha brilhosa medonha pendurada no pescoço, cantou a breguíssima "She", que ficou linda. Lembrei da Leila que outro dia nos ofereceu essa versão lá no Stuck in Sac, num post emocionante sobre sua mãe. Ando preguiçoso para essas coisas, mas tem umas que não pode perder.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Home of the brave, land of the free


Chegaremos lá. Ontem, Cachinhos de Mel, aos oito anos, com seu próprio rifle, matou o Papai Urso com duas balas no peito. "Quem comeu o meu mingau?"

terça-feira, outubro 25, 2005

Referendado está, mas...

O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar nos corações
O mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente
É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer

(Nelson Cavaquinho)

segunda-feira, outubro 24, 2005

Referendado está

Em homenagem à bancada da bala, música composta por Bob Geldof baseada em fatos reais. Uma adolescente que fuzilou oito coleguinhas, ao ser perguntada do motivo, respondeu "I don't like mondays".

The silicon chip inside her head
Gets switched to overload,
And nobody's gonna go to school today,
She's going to make them stay at home,
And daddy doesn't understand it,
He always said she was as good as gold,
And he can see no reason
Cos there are no reasons
What reason do you need to be shown

Tell me why
I Dont't like Mondays
I want to shoot
The whole day down

The Telex machine is kept so clean
As it types to a waiting world,
And Mother feels so shocked,
Father's world is rocked,
And their thoughts turn to
Their own little girl
Sweet 16 ain't that peachy keen,
No, it ain't so neat to admit defeat,
They can see no reasons
Cos there are no reasons
What reason do you need to be shown

Tell me why ...

All the playing's stopped in the playground now
She wants to play with her toys a while
And school's out early and soon we'll be learning
And the lesson today is how to die,
And then the bullhorn crackles,
And the captain crackles,
With the problems and the how's and why's
And he can see no reasons
Cos there are no reasons
What reason do you need to die

The silicon chip ...

Tell me why ...

(Bob Geldof)

sexta-feira, outubro 21, 2005

Ao cubo³




Cheiro de sereia no mercado de pinheiros.

A foto e a legenda são do Guga, e estão publicadas no arquitetônico blog "Ao cubo³".

quarta-feira, outubro 19, 2005

Por entre as grades

Beba amor
Fique acordada
Podia ter feito mas não fez nada
Tanto potencial
Mas não faz mal
Promessas que você fez
Beba comigo
Esqueça o perigo
Tanta pressão, faça o que eu digo
Você vai ficar bem
Vou levar para o além
As imagens que não lhe convêm

Gente do seu passado
Que você não quer ao seu lado
Que empurra, chuta, só dá trabalho
Vou lhe proteger

Beba amor
E olhe as estrelas
Vou te beijar por entre as grades
Você neste lugar
Com as mãos para o ar
Finalmente você está presa
Beba mais uma então
E eu te faço só minha
Te deixo guardada no meu coração
Separada do resto
Onde eu quero que esteja
E lembro do que se esqueceu

Gente do seu passado
Que você não quer ao seu lado
Que empurra, chuta, só dá trabalho
Vou te proteger

("Between the bars", Elliott Smith)

terça-feira, outubro 18, 2005

Meire Humane

A informação mais misteriosa trazida por Hans Staden é a de Meire Humane, que segundo nota de rodapé seria um dos mitos históricos americanos pré-colombianos: nome de misterioso personagem que, segundo a tradição, teria aparecido entre os selvagens, servindo-lhes de legislador e mestre.


Assim a ele se refere o alemão, ao comentar o corte de cabelo dos tupinambás:


"Eles raspam a cabeça, deixando apenas uma coroa de cabelo, semelhante à de um monge. Perguntei-lhes diversas vezes como é que tinham chegado a esse tipo de cabelo e eles contaram que seus antepassados tinham-no visto em um homem de nome Meire Humane, que realizara muitas maravilhas entre eles. Era considerado um profeta ou apóstolo."


Matteo Ricci, o jesuíta que passou boa parte da sua vida na China no século XVI, comenta que na sua viagem de ida, em uma escala na Índia, encontrou uma comunidade perdida de cristãos primitivos, com a doutrina e os rituais um pouco alterados talvez pelo isolamento, ou por derivarem de uma fonte anterior à cristalização da igreja católica, que também usavam uma tonsura invertida, exatamente como a descrita por Staden. Teriam a mesma origem desse misterioso Meire Humane, de quem o Google nada nos traz? Seriam apóstolos antiquíssimos perdidos pelo mundo?

domingo, outubro 16, 2005

Post de florzinha



Assisti ontem "O Jardineiro Fiel", filmão dirigido por Fernando Meirelles, que conta uma terrível história de sacanagens da indústria farmacêutica na África. Se não é verdadeira - e não se diz que seja - é plausível. O protagonista é o sujeito bem sem graça que fez "O Paciente Inglês", aquele filme megachato. A heroína é maravilhosa, bem como a atriz que a interpreta. A florzinha aí é uma sobrevivente abandonada no terraço da minha casa, uma cattylea de origem brasileira, da cor que chamam cerúlea.

sábado, outubro 15, 2005

O que eles usam para viajar na água

Na terra deles há um determinado tipo de árvore a que dão o nome de igaibira. Eles destacam a casca dessa árvore de cima abaixo, num único pedaço. Para consegui-la inteira, fazem uma armação extra em torno da árvore.

Transportam essa casca das montanhas até a beira do mar, onde ela é aquecida sobre o fogo e então dobrada para cima, tanto na parte de trás quanto na da frente. Antes disso, amarram madeiras no meio para que não se distenda. É dessa maneira que fabricam barcos, nos quais até 30 homens podem ir em expedições de guerra. A casca é da grossura de um polegar, tendo mais ou menos 4 pés de largura e 40 pés de comprimento, algumas ainda mais longas, outras mais curtas. Com tais barcos, eles viajam o quanto quiserem, remando depressa. Se o mar está agitado, arrastam os barcos para a terra até que o tempo melhore novamente. Não ousam afastar-se mais de duas milhas no mar, mas navegam trechos muito grandes ao longo da costa.


(A verdadeira história dos selvagens nus e ferozes devoradores de homens encontrados no novo mundo, a América, e desconhecidos antes e depois do nascimento de Cristo na terra de Hessen, até os últimos dois anos passados, quando o próprio HANS STADEN DE HOMBERG em Hessen os conheceu, e agora os traz ao conhecimento do público, por meio da impressão deste livro).

sexta-feira, outubro 14, 2005

Quer expiar suas culpas?




Até o século XVI era comum a pena de galés, que consistia em acorrentar o gajo pelo pé a uma galera como essa veneziana, e obrigá-lo a impulsionar a embarcação com um remo de mais ou menos onze metros, junto com mais dois condenados, pelo resto da vida.


Existe uma versão moderna, voluntária, para ambos os sexos e todas as idades:


quinta-feira, outubro 13, 2005

quarta-feira, outubro 12, 2005

Aprendi com os matogrossenses

Nessa tépida tarde de feriado ensolarado, com a cidade tranqüila, lembrei de um comportamento típico dos fazendeiros matogrossenses. Deve valer também para os vizinhos. Andar com o vidro aberto e o ar condicionado ligado no máximo, de preferência numa cabine dupla diesel branca (por uma questão térmica óbvia), com o som ligado alto (para vencer o vento), tocando Zezé de Camargo e Luciano (ou assemelhado, melhor "de raiz"), fumando, e com o bração pra fora. É o equivalente moderno de desfilar na cidade no cavalo com a marcha alta, de arreio novo, casco aparado e bem ferrado, fazendo bonito para as moças. Claro que numa versão paulistana o carro não será branco (cor de táxi) e o som será provavelmente outro.

terça-feira, outubro 11, 2005

Omissão de socorro

Na passagem do ano de 91 para 92 fui para a Praia do Rosa em Imbituba, Santa Catarina, com um enorme grupo de amigos e várias crianças pequenas, e ficamos numa única pousada que havia lá, com chalés espalhados por um pasto cheio de carrapichos, onde não dava para andar descalço. Entrou um mar enorme no canto sul, e eu, inconseqüente e fora de forma, peguei uma prancha do dono da pousada entrei pela prainha lateral, evitando a arrebentação. Tomei um couro danado e saí. Depois, nos outros dias, o mar foi baixando e surf parado há vários anos foi voltando. Tinha um paradisíaco boteco elevado, bem em frente ao pico, e passava muito tempo ali, olhando os bons surfistas pegando ótimas ondas, um espetáculo. O resto do tempo era na rede do chalé, que tinha uma vista semelhante.

Um dia fomos passear pelo costão em direção à praia vizinha, Ibiraqüera, onde ficavam os windsurfers, e apesar do tempo bom, havia um vento bem forte e constante, que nas rajadas chegava a desequilibrar. Era uma caminhada nada atlética, e um de nós até levava uísque dentro de uma daquelas garrafinhas plásticas de esportistas. Às tantas, vimos dois moleques só de calção, a meia altura de um enorme paredão de pedra, em plena escalada de alta dificuldade. Dali a pouco, um deles travou. Não ia nem para frente nem para trás, enquanto o outro ia dele se distanciando e se aproximando do topo da parede. O tempo foi passando e nada do cara se mexer. Nós começamos a discutir o que fazer. Estávamos à meia hora do carro, que estava à quarenta minutos da cidade, que não teria nenhum recurso plausível para salvar o sujeito. Concluímos que só podíamos ficar olhando e torcendo para o cara sair de lá. Fomos nos aproximando do local onde estavam e vimos o outro chegar ao alto da parede. Quando viu o companheiro ainda lá começou a gritar, "venga, maricón", ou algo assim, um longa exortação em impropérios castelhanos. Nada do cara se mexer, e o tempo passando. Seria uma queda de uns dez metros de altura sobre pedra e mar, morte certa. O que já tinha chegado fez então o que era necessário. Voltou lentamente, refazendo a perigosa escalada descendente e chegou onde estava o paralisado. E foi atrás dele, orientando cada movimento, pedra por pedra, saliência por saliência, mão aqui, pé ali, e tirou-o de lá. Nós, angustiados, assistíamos sem fazer nada. Quando finalmente saiu de lá, o sujeito estava em estado de choque, mal conseguia falar. O maricón tomou um belo gole do uísque e contou que o tempo todo que esteve travado formigas mordiam seus pés e suas mãos.

domingo, outubro 09, 2005

O sonho de Pecus

Pecus acomodou-se na enorme forquilha da grande árvore, a poucos metros do chão. Certificou-se que tinha apoio por todos os lados, e por fim, relaxou da longa corrida em fuga, sem perseguidores. Estava livre. Ainda que o roteiro de fuga mais freqüente fosse descendo o rio, normalmente os fugitivos tão logo se sentiam seguros deixavam a corrente e tentavam alcançar o sertão, buscando os quilombos perdidos nas distâncias. Já estava fora do caminho mais óbvio, e a chance de ser capturado antes de ser visto por alguém que pudesse dar conta de seu paradeiro era muito pequena. Alscutou a mata na escuridão, reconhecendo alguns dos inúmeros ruídos próximos e distantes, e embalado pelo coaxar repetitivo de alguns sapos se comunicando, começou a pensar na sereia.

Depois de algum tempo não sabia se estava dormindo ou acordado. Começou a sentir a presença da sereia como se ela estivesse ali do seu lado, até o aroma da sua maresia. Parecia ouvir pequenas ondas quebrando direto na areia, com a característica chicotada na calma do mar noturno. O canto! Um murmúrio insinuava-se entre o som das ondas, uma longa nota emitida de cabeça, por entre as cavidades do crânio, de boca fechada. Daí passou a variar numa escala, que depois de um longo tempo prestando atenção Pecus compreendeu que eram apenas cinco notas, que se alternavam de forma que lhe parecia aleatória, também em duração. Ele teve certeza que ela lhe dizia que não tivesse pressa, que ele agora estava próximo, e que ela tinha todo o tempo do mundo.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Hora da ave maria


Aos amigos que hoje vão chutar o balde na hora da Ave Maria, mais uma do Cali.

quinta-feira, outubro 06, 2005

400 coups

Como estou acordando muito cedo para praticar esportes, só consegui ontem ver os “400 coups” sem dormir. É realmente um filmão, que merece a aura cult que tem. Praticamente não tem uma história, é uma seqüência de acontecimentos encadeados que não vai dar em nada, só uma fuga para a beira do mar. Aí é que vi a graça do filme, na narrativa desapaixonada de erros voluntários e involuntários, mal entendidos e mentiras, implicando meias injustiças que acabam deixando o protagonista pré-adolescente totalmente desamparado e solitário, condição que ele parece aceitar estoicamente. Quando a psicóloga do reformatório pergunta se Antoine mente, ele diz que sim, às vezes, mas que não faz diferença nenhuma, porque também não acreditam quando ele diz a verdade. A trilha sonora deixa um pouco a desejar, com a repetição de um bizarro “chorinho/bossa nova” de balanço discutível. Mas há também um tema simples e bonito executado por um singelo violão, que cai bem. Fiquei curioso para ver os outros quatro filmes com o mesmo personagem, mas a minha locadora não tem. Mas quem tem pressa? Um dia eu vejo. Para um clima parisiense pb, a tragada azul de um cigarro sem filtro do Django.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Antes tarde do que nunca



François Truffaut fez cinco filmes em que Jean Pierre Léaud intepreta um mesmo personagem autobiográfico, Antoine Doinel, ao longo de 20 anos. A foto é tirada da seqüência final do primeiro, "Os incompreendidos" ou "Les quatre cents coups", do fim da década de cinqüenta.

terça-feira, outubro 04, 2005

A arma do bandido

Quer dados para decidir? Veja aqui.


"As armas oriundas dos "Cidadãos Ordeiros"predominam fortemente nos Estupros (67%).
A arma de fogo que se tem em casa aumenta a potência do agressor, seja ele parente, vizinho ou colega da vítima.
As armas oriundas dos "Cidadãos Ordeiros" são fortemente majoritárias também nos casos de Furto. É o varejo dos pequenos delinqüentes, abastecido por armas furtadas ou revendidas.
Também no porte ilegal, temos o varejo resultante dacultura do medo, onde "Cidadãos Ordeiros" (60%) decidem circular pelas vias públicas portando armas, ilegalmente.
Impressiona a forte presença das armas oriundas dos "Cidadãos Ordeiros" em crimes mais violentos, como o Roubo (51%) e o Latrocínio (46%). É o resultado, provavelmente, das transferências das armas dos estoques legal e informal para o criminal, através de roubos ou de revendas.
Impressiona ainda a forte presença das armas oriundas dos "Cidadãos Ordeiros" nas ocorrências que resultam em Lesões por Arma de Fogo (49%). Pesam aqui os casos de conflitos passionais, vinganças e desavenças ocasionais.
Surpreende a alta participação das armas oriundas de "Cidadãos Ordeiros" no conjunto de armas apreendidas no Tráfico de Drogas (51%). É o fruto das transferências (roubos e revendas) para os baixos escalões do crime organizado, que fazem, justamente, os grandes números dos indivíduos envolvidos.
Alta, por fim, a participação em Homicídios (38%)."

segunda-feira, outubro 03, 2005

Fim de semana no campo

É incrível como uma casa de fazenda pôde permanecer praticamente inalterada por pelo menos 33 anos. A casa, os móveis, a comida, os hábitos, as mãos invisíveis que arrumam e servem, tudo continua igual. Isso é que é ser conservador. Ninguém mais hospitaleiro do que essa simpática família. O mesmo pão caseiro, o queijo branco, a mandioca frita amarela e crocante, as compotas, a piscina com água turva, a tropa bonita e bem arreada, as jaboticabeiras cada vez maiores. Se algumas árvores cresceram outras não existem mais, e a massa vegetal causa a mesma impressão. Em algum momento entre o fim dos anos 70 e o começo dos 80 o café substituiu o algodão, e a grande tulha que ficava cheia de algodão até o alto, e desde então não era usada, há pouco tempo desabou. Em volta a cana ganha espaço frente ao café e à laranja, e há muito menos gente morando por ali. Se há algumas notícias de assaltos nas redondezas, a quantidade e variedade de aves parece ter aumentado. Esse foi o fim de semana das cigarras, que faziam um barulho ensurdecedor, e atraíram dezenas de gaviões.