
A mulher neste retrato é Lady Lade, nascida, segundo algumas fontes internéticas e inseguras Smith, segundo outras, na improvável família Derby. Improvável porque, como se vê na pintura, o negócio da moça era mesmo cavalo. Maneja as quatro rédeas com tranqüilidade – não entendo nada de equitação, mas imagino serem duas para o freio, e duas para o bridão, para controlar cavalos difíceis – com postura perfeita, montada em um cilhão, ou seja, o arreio do tempo em que não ficava bem para uma dama abrir as pernas em público, nem em cima de um cavalo. Nota-se também que o cavalo, por própria indocilidade ou exibicionismo da amazona, empina sobre as patas traseiras, indicando que o artista pretendeu salientar as virtudes eqüestres da retratada.
É um quadro encomendado pelo então Príncipe de Gales, no século XVIII, que veio a ser o rei George IV da Inglaterra, a George Stubbs, um especialista em pinturas eqüestres. Ao que consta, o retrato sempre foi pouco visto, pois nas últimas centenas de anos esteve pendurado em uma das mais recônditas câmaras do Castelo de Windsor.
Conhecendo a história da ginete, fica fácil imaginar o porquê. Nascida no seio magro da “working class”, biógrafos (eufemistas talvez) dizem que ela trabalhou como “servant” em um bordel, mas o fato dela ser jovem, bonita, mal nascida e morando em um lupanar nos autoriza a imaginar que provavelmente a futura amiga do rei tenha recebido alguns presentes em retribuição a favores sexuais.
Quem a tirou daquele lugar foi o lendário criminoso salteador de estradas (highwayman), John “Sixteen String Jack” Rann. O apelido entre aspas é porque o dândi se vestia de maneira extravagante e exuberante. Como assaltante, era um craque nos cavalos e veículos de tração eqüina, habilidades que transmitiu à namorada. Quando foi preso e enforcado em 1774, Laetitia Smith ou Derby tornou-se amante do Duque de York e algum tempo depois, do milionário Sir John Lade, seduzido por sua perícia eqüestre, com quem veio a se casar, sob protestos da sociedade e da família, em 1787.
Sir John era um estróina, pródigo, perdulário, gastador, viciado em corridas de cavalos, que dissipou toda a sua imensa fortuna futilmente, enfim, um genuíno e pioneiro “sportsman” britânico, de quem se cogita uma ligação com o famoso salteador nos negócios de cavalo, ele próprio um ousado ginete colecionador de façanhas. Daí a sua proximidade com o Príncipe de Gales, também aficcionado do turfe. A histórica fofoca prossegue com a insinuação de que o futuro rei arrastava uma asa real para a moça, proibida por ser mulher do amigo (será?), daí a encomenda do retrato. E Laetitia se destacava na turma, que tinha o mau hábito de tirar perigosos rachas, montados ou pilotando poderosos carros de quatro cavalos, nos locais mais inconvenientes.
Figura interessantíssima, não é? Pra apimentar um pouco mais a história, podemos imaginar que Laetitia e o salteador John Rann, com suas extravagantes indumentárias, fossem a mesma pessoa, e tenham enforcado alguém no seu lugar para que ela pudesse livremente flanar com o Duque de York, Sir John Lade, e sua majestade.
É um quadro encomendado pelo então Príncipe de Gales, no século XVIII, que veio a ser o rei George IV da Inglaterra, a George Stubbs, um especialista em pinturas eqüestres. Ao que consta, o retrato sempre foi pouco visto, pois nas últimas centenas de anos esteve pendurado em uma das mais recônditas câmaras do Castelo de Windsor.
Conhecendo a história da ginete, fica fácil imaginar o porquê. Nascida no seio magro da “working class”, biógrafos (eufemistas talvez) dizem que ela trabalhou como “servant” em um bordel, mas o fato dela ser jovem, bonita, mal nascida e morando em um lupanar nos autoriza a imaginar que provavelmente a futura amiga do rei tenha recebido alguns presentes em retribuição a favores sexuais.
Quem a tirou daquele lugar foi o lendário criminoso salteador de estradas (highwayman), John “Sixteen String Jack” Rann. O apelido entre aspas é porque o dândi se vestia de maneira extravagante e exuberante. Como assaltante, era um craque nos cavalos e veículos de tração eqüina, habilidades que transmitiu à namorada. Quando foi preso e enforcado em 1774, Laetitia Smith ou Derby tornou-se amante do Duque de York e algum tempo depois, do milionário Sir John Lade, seduzido por sua perícia eqüestre, com quem veio a se casar, sob protestos da sociedade e da família, em 1787.
Sir John era um estróina, pródigo, perdulário, gastador, viciado em corridas de cavalos, que dissipou toda a sua imensa fortuna futilmente, enfim, um genuíno e pioneiro “sportsman” britânico, de quem se cogita uma ligação com o famoso salteador nos negócios de cavalo, ele próprio um ousado ginete colecionador de façanhas. Daí a sua proximidade com o Príncipe de Gales, também aficcionado do turfe. A histórica fofoca prossegue com a insinuação de que o futuro rei arrastava uma asa real para a moça, proibida por ser mulher do amigo (será?), daí a encomenda do retrato. E Laetitia se destacava na turma, que tinha o mau hábito de tirar perigosos rachas, montados ou pilotando poderosos carros de quatro cavalos, nos locais mais inconvenientes.
Figura interessantíssima, não é? Pra apimentar um pouco mais a história, podemos imaginar que Laetitia e o salteador John Rann, com suas extravagantes indumentárias, fossem a mesma pessoa, e tenham enforcado alguém no seu lugar para que ela pudesse livremente flanar com o Duque de York, Sir John Lade, e sua majestade.