
Assisti anteontem a “The Painted Veil”, baseado em romance de Somerset Maugham, que já havia sido filmado em 1934, com Greta Garbo. Tem o título traduzido por “Despertar de uma paixão”. É uma tradição dos distribuidores nacionais este tipo de ridículo, talvez seja o preciosismo de manter o título da primeira versão. “Despertar” é um verbo que se usa pouco, um resquício de uso com o rádio-relógio, ex-despertador, cada vez mais alarm-clock, tendendo a alarme.
Na tela escura o que primeiro aparece é o “WB” que todos conhecem. O “B” sai para o lado e do bico central do “W” salta um pingo vermelho, revelando a “Warner Independent Movies”. Em seguida os créditos mostram como produtores as estrelas do filme, a linda Naomi Watts, ex-namorada do Rei Kong, e Edward Norton, do “Clube da Luta” . É uma grande produção, filmada na China, com cidade cenográfica e muitos extras com roupas de época, naquelas montanhas de pedra pontudas em meio as quais corre um rio verde - o que deve ser o mais manjado cartão postal chinês depois da Grande Muralha - , ou seja, nada barato. É engraçado a Warner montar uma companhia de filmes independentes, para abocanhar também esta beirada do mercado, e imagino que a produção dos atores, do ponto de vista de sua contribuição econômica, deve se resumir a trocarem seus cachês milionários por participação nos lucros.
O filme é sério, sóbrio, bonito de ver, sem cenas de nudez, com a questão central de costumes já superada, do adultério como crime, mas ainda assim traz relevância pela maneira que olha as nossas fraquezas. Gostei muito da cena em que o inglês, com sua concubina chinesa e o casal protagonista relaxados e bêbados, ao atender ao pedido da heroína para que perguntasse à moça o que ela tinha visto nele, obtém a resposta em chinês e traduz: “disse que sou um homem bom”. A heroína replica com desdém algo assim: “até parece que as mulheres se apaixonam pelos homens por causa das suas virtudes”. A frase deve ter ficado ótima na Greta Garbo.
Na tela escura o que primeiro aparece é o “WB” que todos conhecem. O “B” sai para o lado e do bico central do “W” salta um pingo vermelho, revelando a “Warner Independent Movies”. Em seguida os créditos mostram como produtores as estrelas do filme, a linda Naomi Watts, ex-namorada do Rei Kong, e Edward Norton, do “Clube da Luta” . É uma grande produção, filmada na China, com cidade cenográfica e muitos extras com roupas de época, naquelas montanhas de pedra pontudas em meio as quais corre um rio verde - o que deve ser o mais manjado cartão postal chinês depois da Grande Muralha - , ou seja, nada barato. É engraçado a Warner montar uma companhia de filmes independentes, para abocanhar também esta beirada do mercado, e imagino que a produção dos atores, do ponto de vista de sua contribuição econômica, deve se resumir a trocarem seus cachês milionários por participação nos lucros.
O filme é sério, sóbrio, bonito de ver, sem cenas de nudez, com a questão central de costumes já superada, do adultério como crime, mas ainda assim traz relevância pela maneira que olha as nossas fraquezas. Gostei muito da cena em que o inglês, com sua concubina chinesa e o casal protagonista relaxados e bêbados, ao atender ao pedido da heroína para que perguntasse à moça o que ela tinha visto nele, obtém a resposta em chinês e traduz: “disse que sou um homem bom”. A heroína replica com desdém algo assim: “até parece que as mulheres se apaixonam pelos homens por causa das suas virtudes”. A frase deve ter ficado ótima na Greta Garbo.