quarta-feira, maio 31, 2006

Partidas dobradas

O maravilhoso e perfeito mundo dos contadores está em equilíbrio constante graças escrituração em partidas dobradas, no qual a soma dos passivos é sempre igual à soma dos ativos com o sinal invertido, redundando num redondo zero.

Esta matemática simples e cartesiana retrata fielmente a situação de uma universalidade com sentido econômico. Qualquer pessoa física ou imaterial pode apurar os seus deveres e haveres, ainda que este patrimônio esteja em constante mutação, e tirar um instantâneo deste conjunto dinâmico, o famoso balanço.

Do ponto de vista humano dá pra imaginar alguém alinhando lado a lado suas forças e fraquezas, abundâncias e carências, para constatar se esta universalidade dinâmica que é uma pessoa, na trajetória em que se encontra, é viável ou caminha para o desastre. Se viável, pode melhorar? Se caminha para o desastre, o que pode ser feito para evitá-lo?

Todo balanço tem algo de incerto, expectativas boas e más que podem ou não se confirmar, e a sua função é orientar a administração e fundamentar suas deliberações, dando referenciais de probabilidade. Nas companhias a sua confecção de acordo com certos princípios e regras, e a sua publicação, é forma de cumprir o dever de transparência com o mercado, especialmente investidores e credores. Ainda bem que os humanos podem – e talvez devam mesmo - guardar seus balanços pessoais para si próprios. Ia ser muito engraçado se a divulgação fosse obrigatória.

terça-feira, maio 30, 2006

Fazer o que?

Faltam dez dias para o dia 9 de junho, quando começa a Copa do Mundo, com Alemanha enfrentando a bela Costa Rica. Mal posso esperar. O Brasil estréia só no dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, contra a dura Croácia. 13 é o número de sorte do Zagalo, e ele anda justamente com uma imagem do santinho no bolso, de amuleto. Ninguém vai muito com a cara do Zagalo, mas como ele diz, a gente tem que enguli-lo. É o pagé do penta, o grande mistificador, o velho bruxo que assusta as criancinhas chacoalhando o seu maracá e entoando canções agourentas. Acho o velho Lobo um embuste, assim como o Felipão e o Leão. Acredito no Telê, Parreira e Luxemburgo, ainda que este último seja aparentemente um mau caráter.
Gravura: Theodor de Bry

segunda-feira, maio 29, 2006

Andando em círculos

Nos arquivos deste blog, no dia de 22 de maio do ano passado, há uma menção a um certo evento aeronáutico no interior deste estado de São Paulo. Esse fim de semana estive lá de novo, e vi voar uma maravilhosa réplica do Demoiselle, do Santos Dumont. Suas asas de tela branca iluminadas contra o sol, no céu azul, ao som do ronronar do pequeno motor, compuseram uma visão e tanto, e fiquei pensando nas façanhas do rapaz em Paris. É um elegante ultraleve que voa perfeitamente bem. Vi também a esquadrilha da fumaça, que me fascinou quando estive lá há dois anos (o ano passado a esquadrilha não compareceu), mas que dessa vez não teve tanta graça, pela repetição. Vou a esse evento todo ano porque é próximo da casa de uns amigos, que freqüento há mais de vinte anos, onde sempre encontramos outros tantos amigos. Nossos filhos cresceram juntos e são bastante íntimos, apesar de não se verem com tanta freqüência. Depois, chegando a São Paulo, fui buscar minha filha que estuda no colégio que estudei, que vinha de uma viagem organizada pela escola que igual a eu fiz há uns trinta anos. Claro que deve haver forças identificadas por leis, como as newtonianas, amarrando todas essas trajetórias. Uma delas é certamente similar à inércia, ou seja, a ausência de forças.

sexta-feira, maio 26, 2006

Marés

As marés são muito mais fáceis de entender do que as estações. Sempre a porção da Terra que está virada pra Lua está com a maré alta. E sua parte oposta também porque a Lua, ao atrair a face de mar que está na sua frente, estica, alonga, todo o oceano, formando uma maré alta do outro lado. Assim, a cada rotação da Terra, temos duas marés altas, e obviamente, duas baixas.

Quando a Lua está alinhada com o Sol, nas fases cheia e nova, acumula-se a gravidade dos dois e as marés são mais altas.

Segundo "A distância da Lua" do Italo Calvino, em "Cosmicômicas", houve um tempo em que a Lua era tão próxima da Terra e produzia marés tão altas, que na maré cheia, em certos lugares, pondo uma escada numa barquinha era possível ir passear na Lua.

"Na verdade, no alto da escada conseguia-se de fato tocá-la: bastava erguer os braços, apoiando-se no último degrau. Havíamos tomado cuidadosamente as medidas (sem suspeitar ainda que ela estava se afastando); a única coisa para a qual se devia estar bem atento era o lugar onde se punham as mãos. Eu escolhia uma escama que me parecesse sólida (devíamos subir todos, por turnos, em grupos de cinco ou seis), agarrava-se com uma das mãos, e depois com a outroa, e imediatamente sentia a escada e a barca escapar debaixo de mim, e o movimento da lua arrancar-me da atração terrestre. Sim, a Lua tinha uma força que o arrancava e de que você se dava conta no momento da passagem de uma para a outra; era preciso fazê-lo bem rápido, com uma espécie de cambalhota, agarrar-se às escamas, atirar as pernas para o alto, para vir se encontrar de pé sobre o solo lunar. Visto da Terra, era como se você estivesse dependurado de cabeça para baixo,mas para você mesmo era a costumeira posição de sempre, e a única coisa que parecia estranha era, ao erguer os olhos, ver-se embaixo a capa cintilante do mar com a barca e os companheiros de cabeça para baixo, a balançar como um cacho de uva na parreira."

quinta-feira, maio 25, 2006

A mão invisível e o seu calo

O plano era simples. Tratava-se de comprar o mais barato possível e vender pelo máximo que conseguisse os artigos que as pessoas que passavam por ali precisavam, queriam ou pudessem querer. A diferença entre as compras e vendas teria que cobrir as todas as despesas e possibilitar pelo menos a recompra do estoque, curva que seria aferida digamos, mês a mês. Ao final de um ano mediria os resultados, e planejaria o que fazer no ano seguinte. Crescer ou diminuir, enxugar custos ou investir, manter o rumo, mudar de direção ou diversificar. Um parceiro com quem pudesse trocar idéias seria muito conveniente. Os antigos do ramo diziam que o difícil era contentar o dono da rua, o insasciável Gargântua, e o seu filho mimado Pantagruel.

terça-feira, maio 23, 2006

Não confunda inverno austral com inferno astral

Este ano o solstício de inverno, que varia entre o dia 21 e o dia 23 de junho no hemisfério sul, será às 9:27 horas do dia 21 de junho. É um dos dois pontos mais distantes da órbita da Terra em relação ao sol (posição 1 da figura do Inpe), e a noite mais longa do ano, tradicionalmente a véspera da noite de São João, 24 de junho. Aparentemente a variação da distância da Terra ao Sol proporcionada pelo formato elíptico da órbita não tem relevância na temperatura. Outra coisa me intriga na classificação das estações. O início do inverno, demarcado pelo solstício, salvo engano, é o dia tendente a ser o mais frio, por ser o ápice da órbita. Não consigo entender porque o inverno, a estação mais fria, não começa 45 dias antes do solstício e termina 45 dias depois, abrangendo todo o período mais frio do ano. Ou será que só após a noite mais longa é que os dias ficam mais frios? Não me parece muito lógico. Mas acho bacana a marcação astrofísica da festa pagã da noite de São João, que celebra o início do caminho de volta para os dias longos de verão.

segunda-feira, maio 22, 2006

Uma questão gramática

Estive discutindo outro dia com alguém que conhece a língua portuguesa bem melhor do que eu – o que não é lá nada difícil – a velha questão do “namorar alguém” ou “namorar com alguém”. Desde a minha adolescência a geração dos meus pais se gabava em nos corrigir, brincando que “namorar com alguém” significaria “namorar alguém” com um terceiro segurando vela. Até hoje não me convenci disso. Argumentei, na tal discussão recente, que pra mim o namoro é uma espécie de estado civil informal, e assim “namorar com” equivaleria ao “casado com”. Fui submetido ao sofisma de ser o casamento um evento pontual, ritual ou cerimônia, no qual se esgota, embora produza a tal alteração de estado de forma permanente, enquanto o namoro era uma situação transitória com sentido de ação, e assim, “estar namorando”, no gerúndio, era muito diferente de “estar casado”. A inconsistência do argumento é evidente, pois gerúndio ou não, é a descrição de duas situações de estado, patentes pela utilização do verbo estar. Continuo acreditando que, como diz o Saramago, o verbo namorar mudou de opinião. Antigamente namorar significava admirar, cobiçar, desejar, era como se qualificava a corte das virgens, pelo menos em termos ideais sem o contato físico. Hoje o namoro tem conotação de compromisso – quase equivalendo ao antigo noivado, não fosse a ausência de um efetivo projeto de casamento – e quanto ao contato físico, além do “ficar” ou concorrendo com o sexo descompromissado ou casual, o que demonstra que este critério não é mais útil para a determinação do estado, nem do verbo.

sexta-feira, maio 19, 2006

Ísquios


Desde que comecei a remar o skiff não consigo dar mais que três voltas na raia. Me dá uma dor danada na bunda. Hoje percebi que deve ser o banquinho do barco, pré-histórico como ele, quase plano, e sem os furos redondos que todos os banquinhos de remo têm. Os furos redondos se encaixam perfeitamente nos ísquios, os ossos em ponta do fundo da bacia, aliviando a pressão nos glúteos. Um gênio inventou esta maravilha ergonômica, e revolucionou o esporte. Preciso arrumar outro banquinho.

quarta-feira, maio 17, 2006

Kung fu

Ontem encontrei por acaso um ex-colega de trabalho, de muito tempo atrás, e tomamos um café. É um sujeito tranqüilo, comedido, com bom senso de humor, totalmente desinteressado das artes e cultura, o que redunda num perfil de direita, fisiológico. Outra peculiaridade, talvez seu traço mais marcante, é a luta. Pratica artes marciais orientais desde sempre, participando de campeonatos rotineiramente e conquistando alguns títulos. E desde os dezoito anos anda armado (acho que agora não mais, porque é proibido, mas nunca se sabe). Casou com uma das mulheres mais bonitas que eu já conheci, também fisiológica como ele, e tiveram filhos, um dos quais está com oito anos. O infante pratica artes marciais junto com o pai desde os cinco anos, e costuma assistir suas lutas. Ele me contou que outro dia esse garoto sofreu um ataque na escola, um gravata por trás, ou seja teve o pescoço envolvido por um braço, por outro garoto que estava às suas costas. Ele segurou o braço com as duas mãos, procurando afastá-lo do pescoço, e jogou a cabeça violentamente pra trás. Acertou com tudo o nariz do agressor, e ato contínuo curvou-se para frente puxando o garoto pelo braço, que passou por cima dele e estatelou-se de costas no chão, com a respiração suspensa. Quando ele ia começara sapatear no agressor, separaram a briga. O pai foi chamado ao colégio, e concordou em punir o seu filho, com quem argumentou ter havido um excesso de reação, escondendo o orgulho. Está preocupado e pensando em parar de lutar. Concluímos que não tem jeito. Por mais filosofice que se invente, quem se dedica anos a fio às artes marciais quer ver se a coisa funciona mesmo. E vai brigar pra ver até onde pode chegar. Pelo menos até passar a adolescência, correndo o risco de encontrar uma bala no caminho.

segunda-feira, maio 15, 2006

Gás

Foto: Estadão

O sistema de aquecimento de água da minha casa é a gás, de passagem, alimentado por um grande bujão de 190 quilos, que é abastecido por um caminhão com uma mangueira. Era uma boa opção quando instalei em 1997, e agora deve ser uma das piores. O aquecedor é “computadorizado”, e a despeito das minhas fantasias do que isso podia significar quando comprei, nada mais é do que termostato digital. Essa gracinha funciona muito bem com um pressurizador, e garante banhos magníficos. Acontece que o tal aparelho tem um controle remoto ligado por um fio, que os instaladores se recusaram a passar pelo mesmo conduíte do cabo de força, o único que conduzia até a laje superior. O controle remoto ficou lá no telhado, junto com o aquecedor. Cada vez que falta energia, sou obrigado a subir no telhado e “reprogramar” o termostato, que volta para o zero. Pra subir na laje superior, há uma escada “de marinheiro”, que sai de um terracinho do piso superior, chumbada na parede. Quando mudei minhas filhas eram pequenas, e eu fiquei com medo que elas se aventurassem no telhado. Cortei a escadinha, que ficou com o primeiro degrau a um pouco mais de um metro do chão. Por conta dessas falhas, volta e meia subo no telhado, o que é um pouco trabalhoso, mas não é uma experiência de todo má. Às vezes está frio, ou chovendo, ou estou dormindo, de pijama, e tenho que subir, apertar os botõezinhos, pi-pi-pi-pi-pi-pi, e o aparelho volta a funcionar. É forçado, mas é razoavelmente esporádico, e assim acaba sendo legal. Gosto de subir no telhado, e jamais subiria não fosse esta característica da casa. Não é nenhum alpinismo, mas é um ponto de vista aéreo da redondeza, uma sensação muito agradável, com o friozinho na barriga das beiradas a uns sete metros de altura. Se eu vestisse uma máscara de esqui, um pijama laranja, pegasse o facão do jardineiro e um celular, me sentiria o próprio presidiário amotinado. Na vida real, a altura seria maior e o frio na barriga também, pois envolveria risco de ser morto, e causar muitas mortes. Na pele de um dirigente de uma organização criminosa, haveria a sensação de poder de estar orquestrando uma rebelião de dimensões estaduais, em comunicação com outros líderes, cada um no telhado de um outro presídio cercado pelas forças mais letais da polícia, contidas apenas pela vida sem valor de alguns reféns. Uma causa tão sem razão como tantas outras. Eu no telhado estaria dando telefonemas muito menos interessantes. Mesmo assim, acho que a próxima vez que faltar energia, vou subir lá com um celular.

PCC

Não consigo entender como a polícia não consegue impedir os presos de terem acesso a celulares. E não deve ser preguiça, má vontade ou cumplicidade. Dá a impressão de ser impossível revistar uma penitenciária, tanto que no Estadão havia uma pequena notícia perdida no caderno Metrópole todo tomado pelo PCC, sobre o pleito dos policiais de serem desligadas as antenas que dão cobertura aos presídios, ainda que com prejuízo da população vizinha.

Deve ser por causa do meu processo de emburrecimento iniciado no carnaval, que está quase completo. Passei o fim de semana dormindo e vendo tv, depois de longas sessões matinais de esporte.

quinta-feira, maio 11, 2006

Skiff

Assisti ontem “O sol de cada manhã” ou “The weather man” com o Nicolas Cage. Ele tem quase a minha idade, e o primeiro filme que me lembro com ele foi o “Rumble fish”, do seu tio Francis Ford. Tenho a impressão que nesses vinte anos já vi tantos filmes com ele, que quase não consigo mais ver o personagem. Ainda que ele mude o cabelo, e tente disfarçar, está lá sempre o ator, com sua feição familiar e sua voz inconfundível, seja um soldado italiano, um imigrante polonês, ou o homem do tempo. O filme é bom, e tem componentes que facilitam a identificação de gente da nossa idade, minha e do Cage. No meu caso foi pior, pois o pai dele é o Michael Caine, com quem o meu pai é bastante parecido. O assunto é a dificuldade de se aceitar, depois que as infinitas possibilidades da juventude foram embora, e somos o que somos. Fora o fardo de erros e bobagens.

Estou remando agora o single skiff. Tem 8,40 metros de comprimento e 36 centímetros de largura. É bastante instável, o que demanda concentração permanente. É muito gostoso. Aliás, o Nicolas Cage fez em 86 um filme sobre Ned Hanlan (“The boy in blue”), um remador de skiff (ou scull, como dizem por aí) canadense do século XIX, que foi uma estrela do esporte no seu tempo. Morava numa ilha, e o acesso era por remo. Quando atingiu o ápice da carreira, a regata mais famosa era uma em Londres, com mil libras de prêmio. Dizem que no meio ele parou, acenou para a platéia, tomou água, deixou os concorrentes passarem e ganhou a prova. Ainda não consegui ver este filme.

quarta-feira, maio 10, 2006

Vergonha é roubar e não conseguir carregar


Este é um dos meus ditados preferidos. Crimes todos nós cometemos. Falo por mim. Minto, sonego, desvio, machuco, abuso, e a maioria é de crimes perfeitos. Ninguém nota, as ofensas são invisíveis, os álibis consistentes, o proveito mascarado. Às vezes me deixo apanhar de propósito, e aceito o castigo merecido. Atire a primeira pedra.

terça-feira, maio 09, 2006

Riviera?


Domingo fui surfar na Riviera de São Lourenço. Nunca tinha ido lá. Um amigo sugeriu, porque a praia tem um grande ponta com um morro projetada para o oceano oferecendo uma certa proteção ao vento sul, que estava um tanto forte e deixando o mar mexido. Deu certo. O canto sul da praia realmente estava com uma formação razoável, em comparação com a parte mais exposta ao vento. É uma praiona grande, de uns quatro a cinco quilômetros, meio sem graça, aquele jeitão Bertioga. A urbanização é pouco atraente. Avenidas de bloquete (aqueles hexágonos de concreto) um tanto irregulares, arborizadas com palmeiras, setores de prédios de oito andares azulejados, e casas, muitas bizarras. Não tem cara de cidade, mas de empreendimento imobiliário. Todos pareciam haoles ali, o que não é mau.

quinta-feira, maio 04, 2006

Uma lágrima


Ontem ouvi na rádio Eldorado o programículo do Nelson Mota. A novidade era a versão do Pato Fu da música do Odair José “Uma lágrima”, contida num disco homenagem de vários artistas não-bregas, chamado “Vou tirar você desse lugar – Tributo a Odair José” (tem na íntegra na radio UOL, ainda não ouvi), que é realmente uma joinha. A Fernanda Takai é uma dessas cantoras ditas “sem voz”. Adoro os cantores “sem voz” e acho esse tipo de crítica detestável, de gente que aprecia o abominável e desumano belcanto, que fica mais abominável ainda quando retirado do seu contexto erudito – se bem que pra mim ópera seja um breguice popular que só se tornou erudita por ser coisa de museu – e enxertado na música popular. Uma lista de cantores “sem voz”: Arnaldo Antunes, Fernanda Abreu, Keith Richards (que caiu do coqueiro ontem), Lou Reed, Paula Toler, Jimi Hendrix, Tom Jobim, quem mais?

quarta-feira, maio 03, 2006

Porto Alegre


Depois da chegada

Na proa.

terça-feira, maio 02, 2006

VTNCDB

A regata foi estupenda. O clube ocupa uma grande área na ponta da ilha totalmente arborizada, com espaçosas garagens de barcos, uma sala de barco-escola (tanquinhos para aprender a remar), musculação e remoergômetro (a esteira do remador, uma máquina que simula o movimento do remo), grande com enorme pé-direito, toda envidraçada e com uma linda vista, uma estrutura realmente impressionante. A organização foi impecável, com setenta e cinco provas em um dia e uma manhã, com mais de 350 remadores de 46 clubes de todo o cone sul. Mal se dava a chegada de uma, a outra já estava largando. Como as provas demoram de três a cinco minutos, não havia como se entediar. No sábado, as condições estavam perfeitas: sol, temperatura amena, e nenhum vento. No domingo, piorou um pouco, entrou um pouco de vento, mais ainda estava legal. Conheci figuras interessantíssimas, ganhei só experiência, e um pouco de peso. Na prova do four, fizemos um tempo pior que vínhamos fazendo nos treinos e ficamos em último alguns segundos atrás do quarto, depois de andarmos juntos metade da prova. No double, competimos contra duplas mais jovens, em um mal aprovietamento do regulamento. Meu parceiro tinha 62, média de 53, contra duplas de média de 45. Também em último chegamos pouco atrás do terceiro, e bem atrás dos primeiros. Os caras são grandes, competitivos e remam há muito tempo. Em outubro tem um campeonato brasileiro de masters, na nova raia da Lagoa, no Rio, feita para o Pan. Se a compulsão se mantiver, acho que posso obter melhores resultados. Fotos em breve.